
Em julho de 2000, a Rede Globo fechou contrato com os herdeiros de Lobato, conseguindo os direitos autorais do Sítio do Picapau Amarelo. Em março de 2001, Roberto Talma já estava definido como diretor de núcleo do programa. O programa já estava definido para estrear em junho/julho do mesmo ano, como quadro do
Bambuluá, numa tentativa de elevar a audiência do mesmo. Houveram boatos de que a Cuca, Quindim, Rabicó e Conselheiro seriam feitos por meio de computação gráfica, mas logo essa ideia foi descartada, e ficou decidido que seriam bonecos manipulados, iguais ao do extinto
TV Colosso. Talma, apresentou para a direção da Globo a ideia de adaptar a obra de Lobato para os dias atuais sem descaracteriza-la.
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Roberto Talma |
A Globo concorria contra os desenhos japoneses então, foi aceita a proposta de Talma para que o Sítio fosse modernizado, sem que perdesse todo seu encanto e magia. Entre as inovações, agora, o Sítio
conta com um computador com acesso à internet e forno microondas. A linguagem dos personagens também foi adaptada, misturando gírias recentes. "Como se passa nos dias atuais, a linguagem foi atualizada para dar mais veracidade", justifica Luciana Sandorni, uma das autoras da nova versão do "Sítio" ao lado de Marina Mesquita, Toni Brandão e Cláudio Lobato - que apesar do sobrenome não é parente de Monteiro Lobato. Mesmo assim, expressões originais como "torneirinha de asneiras" e "cara de coruja seca" foram mantidas.

De acordo com o,
Isto é Gente, em meados de junho (2001), Márcio Trigo, foi convocado para assumir a direção geral do novo infantil, que iniciaria as gravações em Setembro. Antes, porém, ele gravou "a toque de caixa" as edições que seriam exibidas até o final do ano do matinal
Bambuluá, no qual o novo sítio seria exibido como quadro. Acabou-se que grande parte da equipe acompanhou Trigo, e juntos, corr
eram contra o tempo afim de conseguirem gravar as primeiras histórias.

Em parceria com o estúdio de animação, Campo 4 - Desenhos Animados, e sob direção de Cesar Coelho e Aida Queiroz, foram produzidas seis vinhetas com cerca de 15 segundos cada, que foram vinculadas durante Agosto, afim de divulgar a volta do Sítio. A equipe dividiu seu tempo para terminar
Bambuluá e começar o
Sítio do Picapau Amarelo. Todo elenco já estava definido, mas, Fernanda Biancamand que interpretaria a Narizinho, digamos, estava crescendo rápido demais, então teve que sair do elenco original, sendo substituída por Lara Rodrigues Mattos.


Para ajudar mais ainda na divulgação, em setembro, a
Folinha, visitou
o "Sítio do Picapau Amarelo", em Guaratiba, Rio de Janeiro, onde estavam sendo filmados os episódios do novo programa infantil. Izak Dahora, o Saci, contou os truques das gravações: "Uso uma meia azul num cenário com o fundo azul quando estou no estúdio". A computação gráfica fazia com que só uma perna aparecesse na TV. Quando a cena era externa, fora dos estúdios, o ator era gravado apenas da cintura para cima, e o dublê, da cintura para baixo. Segundo Trigo, além do cenário das gravações externas, as cenas internas eram gravadas ainda no estúdio Renato Aragão. Era nesse estúdio onde ficavam os cômodos do sítio, como a biblioteca, os quartos de Pedrinho e de Narizinho e a cozinha. O diretor disse que a obra do escritor é atemporal, pode ser contada em várias épocas e para várias faixas etárias. "Vamos atingir desde crianças a partir de quatro anos até aquelas com 12 e 13 anos. Mas as pessoas que mais aguardam o programa são as que já assistiram às adaptações."
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Zé Clayton sendo caracterizado como Lobisomem para o episódio "O Saci", pelo Cláudio Sampaio. |
Foram usados recursos tecnológicos, como animações em 3D, para fazer, por exemplo, o Mestre Cascudo. Há também a maquiagem feita por Cláudio Sampaio, muito usada logo nos primeiros episódios. No programa, o Visconde tem o tamanho de um sabugo de milho, mas, na vida real, tem quase dois metros de altura.
"Reino das Águas Claras" foi primeiro episódio que foi ao ar. Ele faz parte da história "Reinações de Narizinho", escrita por Monteiro Lobato. Ao contrário dos primeiros, esse episódio teve 6 capítulos, um a mais que os outros pois estreou numa sexta. Cada episódio terá cinco capítulos, com cerca de 20 minutos cada um. Na estréia do programa, Narizinho visita um reino e quase se casa com o Príncipe Escamado.
O sucesso foi imediato! Na sexta, 12 de outubro de 2001, Bambuluá estava com 14 pontos. Quando o Sítio começou as 11:30, a audiência subiu de imediato para 17 pontos, chegando a picos de 20! E assim sucessivamente, quando o Sítio começava, a audiência do Bambuluá subia cerca de 4 ou 5 pontos. E do dia 12 de outubro até o dia 14 de dezembro (quando entrou em férias), o Sítio conseguiu manter uma média de 16 pontos por capítulo exibido.
Esse sucesso influenciou a primeira edição especial do programa. A Festa da Cuca, foi exibido numa quarta, dia 26 de dezembro de 2001, logo após a até então novela das oito, O Clone.
A Festa da Cuca: Tudo começa quando a Cuca e o Saci invadem o projac, para que a bruxa possa ver o seu ídolo Reynaldo Gianecchini. O Saci, é claro, apronta todas no estúdio da Globo e acaba-se que para poder fugir dos guardas, Cuca se transforma em Malu Madder e acabam escapando. Em sua gruta a bruxa conversa com seu diário (Raul Cortez) e ele a lembra de seu aniversário de 15 mil anos! A bruxa decide dar uma festa de arromba e convida todos os atores da Globo. Emília fica sabendo de tudo e, apronta com a bruxa. E desse ponto segue uma grande aventura, repleta de números musicais e participações especiais de estrelas das telinhas e da música. O especial foi escrito por Cláudia Souto.
O sucesso foi tão grande, que a Globo reprisou os episódios do Sítio durante as férias do programa. No dia 18 de fevereiro de 2002, o Sítio voltou com novas histórias e aventuras, terminando no dia 06 de setembro de 2002, tendo 16 pontos como média geral da temporada.